Dissimulacro-ressimulação: ensejos da cultura do ódio na era do Brasil pós-verdade

Gespeichert in:

Bibliographische Detailangaben
Beteiligte: Quadros, Paulo
In: Media & Jornalismo, 18, 2018, 32, S. 201-218
veröffentlicht:
Coimbra University Press
Medientyp: Artikel, E-Artikel

Nicht angemeldet

weitere Informationen
Umfang: 201-218
ISSN: 2183-5462
1645-5681
DOI: 10.14195/2183-5462_32_14
veröffentlicht in: Media & Jornalismo
Sprache: Unbestimmt
Schlagwörter:
Kollektion: Coimbra University Press (CrossRef)
Inhaltsangabe

<jats:p>Este trabalho objetiva realizar uma reflexão apurada sobre o fenômeno cultural da pós-verdade, sob o viés de interlocutores brasileiros. Os neologismos dissimulacro e ressimulação são uma tentativa autoral de dar outra conotação simbólica a esse fenômeno, que poderia ser nomeado e significado por outras designações históricas ou contemporâneas, que concebam seus elementos como algo que sempre existiu no campo da manipulação política e ideológica, desde que o homem disputa o poder, a partir de artimanhas, conchavos, alianças, que sinalizam modos de manter ou verter a autoridade sobre o exercício do poder. No âmbito dessa discussão, são levantados alguns aspectos conceituais contraditórios da pós-verdade, alguns pressupostos do que é dissimulacro e ressimulação, a pós-verdade como fabricação aurática de signos, a fenomenologia das notícias falsas com seus objetivos maquiavélicos, o alcance da cultura do ódio nas redes sociais, o mito da dissolução e insolvência do outro no campo de tensão entre o reconhecimento e não reconhecimento da alteridade radical, a pós-verdade como ideologia da razão apática no contexto das redes sociais, e a reconstrução simbólica do signo das relações humanas na contemporaneidade. Para o aprofundamento de questões, são empregados como referencial teórico os seguintes autores: Cremilda Medina, Maria Teresa Cruz, Luiz Carlos Restrepo, Gabriel Priollo, Jean Baudrillard, Gilles Deleuze, Carlos Skliar, Peter Sloterdijk, entre outros. O objetivo da escolha de tais autores é inventariar ideias, valores, conceitos e visões que ao mesmo tempo ajudem a compreender o fenômeno comunicacional de propagação das “falsas verdades”, assim como sinalizem atitudes de enfrentamento a essa questão profundamente preocupante.</jats:p>